Por: Mônica Pinheiro & Yana Fonseca, PITANGA BASTOS, Brasil
A criação de design industrial está intimamente ligada à ideia de colocar projetos em prática e obter resultados a partir deles. Tais inovações devem ser protegidas de forma a garantir que todos os benefícios derivados de seu uso efetivo revertam para aqueles responsáveis por sua criação. Portanto, o registro de design é um passo essencial no processo.
Este artigo explorará os requisitos, procedimentos e questões relacionadas ao registro de design industrial no Brasil, fornecendo um guia abrangente para proteger designs neste mercado.
Conteúdos
1. O que pode ser registrado como design no Brasil?
2. Por que você pode ser recusado?
3. O processo de registro de design no Brasil
4. Documentos necessários para registrar um design no Brasil
5. Processo de oposição de design no Brasil
6. Custos de registro de design no Brasil
7. Particularidade do registro no Brasil
1. O que pode ser registrado como design no Brasil?
De acordo com o Artigo 95 da Lei de Propriedade Industrial Brasileira (Nº 9.279/96), um design industrial é definido como “qualquer forma plástica ornamental de um objeto ou qualquer arranjo ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, que forneça um resultado visual novo e original em sua configuração externa, e que possa servir como tipo para fabricação industrial.”
Em outras palavras, o registro protege a aparência nova, individual e original que distingue um produto dos demais. Leia também sobre registro de patente de design nos EUA.
Além disso, há vários requisitos para registrar um design, tais como:
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- Novidade: Para ser considerado novo, o design artificial não deve estar incluído no estado da técnica, formado por tudo aquilo acessível ao público por qualquer meio antes da data de apresentação no Brasil ou no exterior. A lei brasileira prevê um período de graça de 180 dias para a primeira exposição. Isso significa que no Brasil, é possível submeter um produto previamente divulgado dentro deste prazo se o design tiver sido divulgado pelo autor ou por uma pessoa autorizada por ele.
- Originalidade: O design é considerado original quando resulta em uma configuração visual distinta em comparação com objetos (ou padrões) conhecidos anteriormente.
- Ser um tipo de fabricação industrial (uso industrial): O objeto (ou padrão) reivindicado para registro deve ser capaz de ser reproduzido industrialmente em todos os seus detalhes. Como dito anteriormente, no Brasil, porções de um objeto que não existem de forma independente não podem ser protegidas.
2. Por que você pode ser recusado?
O Artigo 100 da Lei de Propriedade Industrial Brasileira afirma que o seguinte não pode ser registrado como design:
“qualquer coisa que seja contrária aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem das pessoas, ou viole a liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideias e sentimentos dignos de respeito e veneração; a forma comum necessária do objeto, ou mesmo aquela essencialmente determinada por considerações técnicas ou funcionais”.
Além disso, a obra de natureza puramente artística não é considerada como design industrial.
É importante destacar também que partes de um objeto que não existem independentemente não podem ser protegidas no Brasil como design. Por exemplo, aplicações que reivindicam apenas a cabeça de uma escova de cabelo não serão aceitas, considerando que ela não é destacável do cabo.
Por outro lado, seria possível solicitar um pneu de automóvel, uma vez que é um objeto independente, possível de ser fabricado separadamente.
3. O processo de registro de design no Brasil
No Brasil, os designs industriais são protegidos por um registro específico e autônomo, não por patentes.
O primeiro passo para registrar um design industrial no Brasil é apresentar uma solicitação junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A aplicação deve incluir uma descrição do design, bem como quaisquer desenhos ou outras representações visuais que possam ser necessárias para compreender completamente o design.
Uma vez apresentada a solicitação, ela será submetida a um exame preliminar formal. Este exame é focado principalmente em garantir que a aplicação cumpra todos os requisitos formais para registro, como a inclusão das informações necessárias e o pagamento das taxas exigidas.
Se tudo estiver em ordem, o design será publicado no Diário Oficial do INPI ao mesmo tempo em que é concedido. Portanto, o simples cumprimento dos requisitos formais, sob a Lei Brasileira, é considerado suficiente para que o registro seja concedido.
No entanto, há um período de 60 dias após a publicação durante o qual partes interessadas podem apresentar uma oposição ao registro. O INPI revisará qualquer oposição e tomará uma decisão sobre se deve proceder ou não com o registro.
O registro é válido por 10 anos a partir da data de apresentação, podendo ser renovado por períodos adicionais de 5 anos cada. É responsabilidade do proprietário pagar as taxas de renovação necessárias para manter a validade do registro.
4. Documentos necessários para registrar um design no Brasil
Para registrar um design, os seguintes documentos são exigidos para a aplicação, conforme o Artigo 101 da Lei de Propriedade Industrial Brasileira (Nº 9.279/96):
- uma solicitação para registrar um design;
- uma especificação (se aplicável), uma reivindicação (se aplicável), desenhos ou fotografias do design;
- o campo de aplicação do objeto de acordo com a Classificação de Locarno;
- dados pessoais do requerente/autor do design;
- comprovante de pagamento da taxa de apresentação.
Qualquer pessoa ou realidade jurídica pode solicitar proteção, seja brasileira ou estrangeira. Todos os documentos incluídos na solicitação para registro devem ser apresentados em língua portuguesa.
5. Processo de oposição de design no Brasil
O design industrial é publicado ao mesmo tempo em que a decisão de conceder o registro correspondente é anunciada. Portanto, não há procedimentos de objeção/oposição para designs antes de serem concedidos pelo INPI, já que terceiros não conhecerão o objeto do design até após a decisão.
No entanto, o registro de um design industrial pode ser revogado administrativamente ou a pedido de qualquer terceiro com interesse legítimo, por meio de um processo de nulidade. Dentro de cinco anos a partir da data de registro, uma ação administrativa de nulidade pode ser iniciada.
No entanto, se o procedimento for iniciado dentro de 60 dias após a publicação da concessão do registro, o efeito do registro é suspenso até a decisão final do INPI.
6. Custos de registro de design no Brasil
Aplicação | 45 USD |
Aplicação para exame do registro concedido quanto à novidade e originalidade | 68 USD |
Renovação de registro de design industrial (extensão + prazo de cinco anos) | 110 USD |
Segundo prazo de cinco anos | 82 USD |
Observe que esses custos são estimados, já que há flutuação da taxa de câmbio e também pode haver um ajuste de preço pela Entidade Federal (INPI).
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7. Particularidade do registro no Brasil
O Brasil aderiu recentemente ao Sistema de Haia, expandindo o alcance geográfico do Sistema Internacional de Design da OMPI para 96 países. O Sistema de Haia é uma maneira de apresentar um design em múltiplas jurisdições com apenas uma solicitação. O sistema permite uma aplicação de modelo internacional centralizada onde os requerentes não precisam submeter uma solicitação separada para cada escritório.
A relação custo-benefício de cada estratégia, seja centralizada ou mantendo a maneira anterior de registrar em cada país, pode variar, e é sempre aconselhável comparar e avaliar os benefícios em cada caso.
A partir de agosto de 2023, indivíduos e empresas estrangeiras poderão garantir proteção internacional de design no Brasil por meio do Sistema de Haia da OMPI, o que pode facilitar a expansão de seus negócios para a América Latina. Essa mudança representa um grande avanço para o registro de designs no país, uma vez que incentiva brasileiros e estrangeiros a realizarem seus registros de maneira mais rápida e fácil, com resultados positivos comprovados em países onde esse método já é aplicado.
8. Considerações finais
Em conclusão, com o aconselhamento, preparação e estratégia corretos, o registro de design no Brasil pode ser um processo descomplicado.
Portanto, deve-se notar que o processo tem passado por uma série de mudanças para melhor atender seus requerentes, com a perspectiva de melhoria iminente nos procedimentos administrativos muito em breve.
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